A esperança escorre pela face como um rio após uma
tempestade. O mundo fica cada vez mais embaçado. Rezo para que esse desespero
se vá do mesmo jeito que se foi minha esperança. Já não espero que atenda os
meus pedidos de socorro, pois há muito deixou fazê-lo. É difícil respirar...
Talvez esteja me afogando nesse mar de decepções. Já não espero que estenda a
mão para minha salvação, pois sei realmente que não se importa. Iludiu-me,
acreditei cegamente que estava ao meu lado, que não deixaria que eu caísse. Aqui
embaixo, já não vejo ninguém por perto, nenhum braço à minha volta, nenhum
consolo, nenhuma compreensão. Iludiu-me tanto que a queda foi insuportável.
Agora estou no fundo do poço, mas não me esqueço de que é daqui que se tem o
melhor impulso. Não sou fraca, mas tenho sentimentos. Dizer que é ciúmes é
menosprezá-los. O que pra ele é um detalhe, pra mim é um mundo. Suas palavras
me agradam, mas suas atitudes me decepcionam. Disse que me amava, que podia o
que bem quisesse, que se importava. Uma sábia me aconselhou a não acreditar em
quem diz que te ama, acredite nas provas que este lhe dá para acreditar. Já
houve dias em que me deste razão para acreditar, mas em outros esquece
totalmente da minha presença. Não se pode viver pela metade, tem que se
aproveitar por completo. Como pode me amar por um momento, e me esquecer em
outro? Ignorar. É o que eu tenho feito muito ultimamente. Ao contrário do que a
maioria pensa, o inverso do amor não é o ódio, e sim a indiferença. Tanto no
ódio como no amor você se importa com a pessoa positiva ou negativamente. Na
indiferença, esta já não existe para você, é apenas um cenário do qual você não
se importa. Quando me levantar, não haverá mais quem me derrube, pois essa
lição já terei aprendido. Terei aprendido que nem um idiota valerá uma lágrima que
derramei. Se lamentar, é perda de tempo. Me levantarei sem apoios, mais forte
do que nunca. Nadarei para uma ilha próxima e construirei meu próprio forte...
Gabriela.
Esse texto foi escrito por Gabriela, uma das integrantes
do nosso grupo. Esperamos que vocês escrevam como ela, basta sentar embaixo de
uma árvore, deitar no colchão... E imaginar e colocar tudo que você sente pra
fora!
Beeijos.
Bianca, Gabriela, José Neto e Pedro.
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